Como nosso foco principal é atender autores independentes, percebemos a dificuldade que muitos escritores têm de realizar o sonho de publicar o seu livro, devido aos custos envolvidos em todo o processo, que podem incluir pesquisas, traduções, revisão ou preparação textual, ilustrações, diagramação, criação de capa, registros, impressões, lançamento, entre outros.
Então, resolvemos nos aprofundar nas formas que esses autores podem recorrer para conseguir contribuição financeira e o seu desejo de lançar a obra pela qual tanto se dedicaram, finalmente se cumprir.
No Brasil, as formas mais comuns para arrecadar fundos para a publicação de livros independentes são através de leis de incentivo à cultura a nível nacional, estadual e municipal, e o patrocínio por empresas privadas. Porém, essas costumam ser as formas mais burocráticas também e, como alternativa para autores que não querem estar ligados ao Estado, empresas privadas ou editoras tradicionais, e precisam de investimento para os seus projetos, existem os sites de financiamento coletivo. E é este o tema que escolhemos para apresentar nesse momento a você, caro escritor.
O que é financiamento coletivo?
Também conhecido por Crowdfunding, o financiamento coletivo chegou no Brasil em 2011 e funciona como uma “vaquinha online”, em que o idealizador de um projeto o apresenta e recebe recursos diretamente do seu consumidor final. Normalmente, todo o financiamento é feito por pessoas comuns que possuem interesse no produto ofertado, portanto independe de incentivo de grandes investidores, empresas ou governo.
De modo geral, qualquer proposta pode ser lançada em busca de financiamento e o sucesso dos projetos depende do esforço, de planejamento e das estratégias de quem idealiza. E quando falamos de estratégia, basicamente nos referimos à divulgação e na “recompensa” que será oferecida aos apoiadores. Também é válido pesquisar cada plataforma, suas vantagens, tipos de campanha e objetivos. Ao final, se tudo der certo, o criador do projeto tem acesso ao dinheiro sem muita burocracia.
Tipos de crowdfunding, seus prós e contras
No Brasil, há três principais formas de financiamento coletivo:
Pontual: Mais comum para os escritores, nessa forma os idealizadores do projeto definem uma meta com data de encerramento e aguardam as pessoas ofertarem dinheiro. Este também é o modo mais popular e utilizado pelos sites e, ao final da arrecadação, o autor concede recompensas pré-definidas aos apoiadores – geralmente determinadas pelo valor investido por cada pessoa. É isso que irá atrair o seu investidor. Aliás, muitos autores fazem uma espécie de “pré-venda” dos seus livros físicos, dessa forma, para quem ofertar valores mais altos, e disponibilizam a versão online da sua obra (e-book) para quem ofertar valores menores. Porém, se o idealizador não atingir o valor definido até a data limite, o projeto não é financiado e todo o dinheiro arrecadado volta para quem apoiou.
Recorrente/Assinatura: Mais utilizado para Ongs, Podcasts, vídeos na internet, periódicos jornalísticos e outros projetos que se mantém ativos com a ajuda de doadores, pois nesse caso o projeto nunca é encerrado. É basicamente uma assinatura mensal, onde o investidor escolhe um valor e doa ele automaticamente todo mês. Para o idealizador, o financiamento coletivo por assinatura é a possibilidade de sustentar um projeto de longo prazo e captar recursos de forma sistemática. Para o investidor, é a oportunidade de manter um projeto ativo e, em alguns casos, receber recompensas.
Solidária: É um formato pouco utilizado pelos sites de crowdfunding. O intuito desse tipo de financiamento é exclusivamente a doação para ajudar alguma causa. Nesse formato, a recompensa é menos física e mais íntima, pois promove a sensação de fazer parte de um grupo que contribui com pessoas e projetos. O ponto negativo é que é difícil encontrar um site que promove esse tipo de financiamento, talvez por ser mais fácil de atrair investidores que desejam algo em troca da sua contribuição.
Passo a passo para conseguir financiamento coletivo para o seu livro
Depois de tudo que comentamos, acredito que esteja se perguntando se vale a pena tentar o financiamento coletivo para conseguir publicar o seu livro e como fazer isso.
A nossa conclusão é de que se você acredita no seu projeto e no seu sonho, não tem muita pressa, é determinado, tem um bom plano e, principalmente, não tem recursos para arcar com a publicação, a resposta é: sim, vale a pena!
O primeiro passo para buscar apoio coletivo é calcular os custos para a produção e entrega do seu livro, de forma que a estratégia de recompensa que você irá oferecer seja viável, pois se algo der errado a reputação do seu projeto estará em jogo.
Depois, aconselhamos que pesquise os sites de financiamento coletivo, quais os diferenciais dentre eles, mensure a credibilidade, a usabilidade dos sites e estabeleça qual é mais vantajoso para você e como ele funciona. Algumas plataformas exigem uma porcentagem do que foi arrecadado. O site mais popular para financiamento coletivo, na escolha dos autores, é o Catarse. Mas há outros também como o Kickante, a Evoe, a Benfeitoria e a Apoia.se.
Em seguida é o momento de criar uma apresentação criativa para a sua campanha. Vale a pena pesquisar outros projetos divulgados na plataforma, conferir se há um padrão nas apresentações e se inspirar nos melhores, sem deixar de lado a individualidade do seu projeto.
E por fim, se tudo der certo, e esperamos que dê, você receberá o dinheiro do patrocínio sem muita burocracia e colocará o seu sonho em ação.
Se você, autor independente, já publicou um livro por financiamento coletivo e quiser nos contar a sua experiência, fique à vontade para nos enviar o seu relato. Ele pode aparecer em nossas redes sociais e ajudar outros autores que querem seguir nesse caminho.